sábado, 18 de outubro de 2008

Um minuto

No caminho entre a estação Bresser e a Belém o trem parou. Durante um minuto nós, passageiros, ficamos lá, aguardando o trem retomar o seu movimento. O celular tocou e a flor pediu para eu esperar. "Não, não espero" - respondi brincando. A flor disse "Tá bom. Bjo." - Bjo.
Desci no Belém e fiquei esperando... Até tentei ligar de volta para avisar que na Bresser havia duas meninas se atracando nas cadeirinhas de espera (porque eu sempre penso que a gente se policia tanto e outras nem tanto ou nada). Só que ela não atendeu. Cinco minutos passaram-se e ela não chegou. Ela estava no Brás e já era tempo suficiente para chegar no Belém. Pensei: "se não neste, ela chega no próximo", mas ela não chegou. Ela já havia passado! Fiquei mais de uma hora aguardando. Por quê? Porque eu estava brincando com a flor ao dizer que não esperaria. É claro que eu aguardaria! Se não desse, eu daria uma resposta convincente e não um simples "não, não espero". E outra, fiquei desesperada achando que algo havia acontecido. Um dos trens que pararam na estação ficou mais que o necessário, pois alguém estava passando mal, precisando sair do trem urgentemente. Minhas pernas perderam a força no mesmo instante, fui até a porta que a pessoa que estava passando mal iria sair, procurando logo o rosto e constatar que não era o seu. Não era, por alívio (e egoísmo - mas a pessoa se recuperou logo). E aí? Cadê? Liguei, liguei, liguei... Em alguns momentos o celular chamava, já na grande maioria só dava caixa postal. Ou então eu entrava no serviço de caixa postal. Deve ter dado a louca no celular de tanto que eu liguei. Então, houve uma hora que chamou e eu percebi que fui colocada "em espera". "Como assim?" Dei um tempo, liguei de novo. Caixa postal. Caixa postal. Dei uma volta na estação, pasando por suas escadas rolantes. Voltei às cadeiras. 23h. "Às 23h15 eu ligo na casa dela, já deve ter dado tempo para ela chegar, caso a própria tenha ido embora direto".
- Oi! - Quem tá falando? - Pode falar? - É você? - Sim! Pode falar! - Mas... O que você já está fazendo em casa? - Ué, já estou aqui faz tempo!

O restante eu quero esquecer.

Há poucas vezes que eu penso nisso, mas, se o metrô não tivesse parado naquele bendito minuto, eu já teria passado das catracas e estaria pegando o ônibus, o que me impediria de esperá-la. Somente esperá-la. Só.

Nenhum comentário: